domingo, 11 de dezembro de 2011

PEC 33/2009 - vencemos uma luta, não a batalha

Por Magda Kaufmann

Em 30 de novembro desse ano, foi votada a PEC 33/2009, do Senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE), sobre a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão, sendo aprovada, com 65 votos favoráveis e apenas 7 contrários. A PEC irá agora para uma segunda votação no plenário e depois para a Câmara dos Deputados..

Conforme divulga e comenta o Blog do Alfredo os votos contrários foram - “casos de figuras como Collor de Melo (PTB), que tem todas as razões para odiar jornalistas; Aloysio Nunes (PSDB), que tem fortes vínculos com os proprietários de meios de comunicação e que lutam contra o diploma; Demóstenes Torres (DEM), aquele mesmo do grampo nunca confirmado e que virou manchete da Veja; Kátia Abreu (PSD), a invasora de terras e defensora do agronegócio sem limites; Renan Calheiros (PMDB), que quase teve sua vida destruída pelo envolvimento com uma jornalista... formada...”

Todos os profissionais da área estão contentes. Mas, não é apenas esses devem se alegrar com a aprovação dessa PEC – é a população que em última instância é, por assim dizer, o objeto final e o mais afetado por essa decisão. Esse texto é apenas uma pequena abordagem sobre a importância da formação acadêmica de um profissional da comunicação. A reflexão sobre o assunto vai além dessas poucas linhas e com certeza merece muita atenção.

É importante frisar que jornalista é o profissional responsável por manter a população informada sobre os acontecimentos. A população depende de informação para tudo – desde uma simples vacina para imunizar crianças até noticias dos grandes conglomerados internacionais, conflitos entre outros assuntos que, mesmo se distantes, possuem o poder de mexer com a vida das pessoas. Na velocidade e volume dos acontecimentos, as informações precisam ser concisas, exatas e escritas de uma forma a ser entendida facilmente pelos leitores de diferentes níveis intelectuais.

Esse direito a informação já foi estabelecido no século XVIII, na França, com a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão e consta no Artigo 1º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros reafirmando que o cidadão tem direito fundamental “à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.”

O que seria da sociedade sem pessoas capacitadas a fazer o trabalho de divulgação de acontecimentos que afetam suas vidas? E, se essas notícias fossem constantemente manipuladas a ponto de apenas um único ponto de vista ser divulgado? Como a população poderia saber o que ocorre em sua cidade, em seu país ou no mundo? São perguntas simples, mas que explicam porque todos os governos totalitários têm como objetivo primeiro o controle dos meios de comunicação.

"O quê?", "quem?", "quando?", "onde?", "como?", e "por quê?" – seis perguntinhas básicas que precisam ser respondidas na informação. Muito simples, mas requer muito treinamento recebido pelo estudante de jornalismo nas faculdades.

O jornalista estuda quatro anos com a finalidade de transformar acontecimentos em noticia e divulgar de forma a ser entendida com facilidade por seu ouvinte, telespectador ou leitor. Ele estuda, acima de tudo também, sobre o que é ético, nessa profissão tão importante, para a sociedade se manter informada, para conhecer e decidir, sobre os diversos assuntos que influenciam direta ou indiretamente a vida de todos.

Além disso, jornalista tem por obrigação buscar a verdade, como consta no capitulo II, Art.4º do Código de Ética dos Jornalistas – “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.”

A vigilância da democracia, dos Direitos Humanos, é uma das tarefas do jornalista, prevista também no Código de Ética da classe que, entre diversos outros itens, possui no Artigo 6º sobre o que “é dever do jornalista: I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; II – divulgar os fatos e as informações de interesse público; III – lutar pela liberdade de pensamento e de expressão; (...)”

São esses argumentos e dezenas de outros que revelam a importância da formação de um profissional de comunicação – o jornalista. Sem esses profissionais capacitados e treinados a população com certeza será privada do seu bem maior – o direito a informação. Portanto, a aprovação da PEC 33/2009 é motivo de alegria para todos. Vencemos uma luta, mas precisamos vencer a batalha. Aprovar definitivamente essa PEC é ter a certeza de profissionais competentes, com formação superior adequada, trabalhando na divulgação dos fatos, em consonância com os interesses da população brasileira.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Santa Bárbara - Iansã tudo é festa em Salvador

Texto e video Magda Kaufmann

Todos os anos, chova ou faça sol, o dia 4 de dezembro tem uma multidão vestida de vermelho para reverenciar Santa Bárbara para os católicos ou Iansã no Cancomblé. O Centro Histórico de Salvador festeja durante todo o dia entrando pela noite. A santa também é padroeira do Corpo de Bombeiros da Bahia e a banda da corporação, como sempre, acompanhou o cortejo. Além disso, é feito um grande caruru que é oferecido aos visitantes.

Confira nas imagens.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Custo do Congresso Brasileiro

Por Magda Kaufmann

O Brasil tem um orçamento de R$ 6.068.072.181,00 anual dedicado apenas ao Legislativo, enquanto que países com um PIB superior ao brasileiro, como a Alemanha e a França, gastam para a mesma finalidade um terço desse valor.

Outro dado interessante é que somente nos Estados Unidos o custo anual para manutenção do congresso está acima do brasileiro. Cada congressista americano custa, aproximadamente, R$ 15,3 milhões e, no Brasil, esse custo fica em apenas R$ 10,2 milhões. Só que o PIB per capita brasileiro é de R$ 18.118,84, enquanto o americano é de R$ 85.878,81 - quase cinco vezes maior. Ou seja, nem de longe o PIB pc do Brasil acompanha a mesma performance com que remuneramos nossos congressistas.

É também interessante comparar o salário mínimo do Brasil de R$ 545,00 mensais com o americano que gira em torno de R$ 1.700,00. Isso significa que, só mesmo observando esses valores, se pode perceber a aberração dos custos da manutenção de um congressista brasileiro. E isso em um país com tanto discurso sobre o esforço para diminuir as desigualdades sociais.

Porque o custo anual de um único congressista, no Brasil, pode ser de R$ 10, 2 milhões, enquanto um operário recebe apenas R$ 6.540,00 durante o mesmo período? Como justificar isso para os 190 milhões de brasileiros?

Todos esses dados e muitos outros estão disponíveis no site www.transparencia.org.br

Acesse, reflita, proteste e lute por mudanças. Exerça sua cidadania.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Salvador decepciona

Por Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com


Turistas que chegam a Salvador estão sem opção para visitarem o cartão postal mais importante da cidade – o Pelourinho. O Plano Inclinado Gonçalves está há meses parado e o Elevador Lacerda se encontra quase sempre quebrado ou, na maioria das vezes, com diversas cabines sem funcionar, deixando o viajante sem possibilidade de chegar ao coração do Centro Histórico. Turistas e soteropolitanos ficam revoltados com a situação.

A prefeitura de Salvador disponibiliza um micro ônibus para o trajeto entre a cidade alta e baixa, sempre abarrotado de passageiros em total desconforto. O comércio das duas partes da cidade está sendo prejudicado com a situação obrigando, inclusive, alguns comerciantes a fecharem as portas.

Em 26 de outubro aportou em Salvador o primeiro transatlântico da temporada com 1.600 passageiros que ficaram desapontados com a falta de estrutura da cidade - mais uma vez, o elevador, estava totalmente parado. Muitos desses visitantes nunca mais terão a oportunidade de voltar à Salvador e experimentar a sensação de utilizar um dos ícones mais divulgados da cidade – o Elevador Lacerda, frustrando, também, os comerciantes do Centro Histórico que aguardavam a chegada dos turistas.

domingo, 30 de outubro de 2011

Suportes tradicionais e a realidade midiática


Por Magda Kaufmann em 18/10/2011 publicado na edição 664 - Observatório da Imprensa.

Considerado por diversos autores uma revolução tão importante quanto a provocada pelo desenvolvimento da máquina a vapor, o computador abriu uma nova porta para a humanidade. Através dele foi possível conectar o mundo, descentralizar o conhecimento e a informação. O surgimento constante de novos suportes desenvolve e aumenta as possibilidades das mais diversas comunicações midiáticas, proporcionando uma nova forma de consumo e influenciando o comportamento do consumidor inserido nessa tecnologia.

Hoje, é impossível se pensar em qualquer trabalho sem que exista algum tipo de tecnologia envolvida. Mas, com certeza, é na área do conhecimento e da informação que se encontra a maior influência do desenvolvimento tecnológico do último século. Há algum tempo, a diferença entre o conhecer e ignorar estava em saber ler e ter acesso a livros. Isso já não é mais suficiente. É preciso também possuir poder financeiro, conhecimento tecnológico e tempo para se atualizar continuamente. Todos os dias surgem novos suportes e diferentes formas de se acessar o conhecimento.

Mas, ao mesmo tempo em que agregam o mundo, essas novas tecnologias ajudam a cavar um fosso maior entre as pessoas que têm e as que não têm a capacidade econômica e o conhecimento suficiente para acessar as informações disponíveis. Uma grande parte da população mundial está excluída desse avanço tecnológico. Os termos analfabetismo digital e inclusão digital surgiram há alguns poucos anos e o assunto está sendo discutido por diversos setores da sociedade. A população sem acesso a internet é considerada, na contemporaneidade, como a marginalizada do século 21.

Jornais e rádios dispõem de sites

As informações estão em rede e na rede – só precisam ser acessadas. Elas circulam incontroláveis e independentes de alguma produção, digamos, profissional. O conhecimento está disponível no Google, YouTube, nos mais diversos sites, blogs, TVweb, Facebook, Myspace, Twitter, entre outros. O consumidor dessa mídia está longe de ser apenas um receptor de informações. Ele interage e é também produtor. Ele alimenta e é alimentado intelectualmente pela rede formada pela comunicação midiática.

Encontros sociais e até mesmo revoluções são marcadas através da web. Somos testemunhas dos fatos acontecidos no Oriente Médio, até com derrubada de governo de um país e grandes modificações em outros. O sucesso desses eventos depende diretamente do percentual de pessoas envolvidas e incluídas digitalmente. Daí, a procura incessante de alguns governos por formas de censura do conteúdo divulgado na net proibindo o acesso da população a diversos sites como forma de controle da informação.

Os jornais, emissoras de rádio e televisão já se encontram praticamente unidos em torno das novas mídias. A convergência midiática obriga esses suportes tradicionais a se adequarem a uma nova realidade. Os jornais possuem site na web e já não são apenas lidos – eles vêm desenvolvendo formas de serem ouvidos, vistos e de buscar a informação do leitor através da interatividade. As emissoras de rádio, através de sites, dispõem de notícias escritas concorrendo com os jornais. O consumidor pode repetir a informação que, antigamente, era perdida caso não fosse ouvida naquele segundo. Também é possível se acessar imagens através de clips e life stream.

O mundo está online

A televisão, além de ser assistida, tem a notícia escrita e procura incessantemente por novas produções de seu próprio público, fechando o círculo de produtor e consumidor da informação. Além disso, exemplificando com a BandNews, você ouve na rádio o noticiário que foi produzido para a televisão.

Neste contexto, as corporações não ficam atrás. Criam sites corporativos visando à comunicação entre todos os stakeholders das empresas, com acesso total de qualquer pessoa, também chamados de horizontais, e alguns com espaço exclusivo a determinado público, conhecidos como portais verticais. Além disso, setores empresariais, como Relações Públicas, fazem uso constante dos portais como forma de manter conexão rápida e atualizada. O setor de marketing também utiliza os portais com ações voltadas a fortalecer e vender a imagem da corporação – disparam mailings direcionados a públicos pré-determinados e, de forma pessoal, até aos aniversariantes.

A atualização dos sites, portais e blogs torna-se imprescindível e requer grande atenção e esforço das corporações. É preciso manter tudo atualizado, interessante e conectado às novas tecnologias para conseguir o acesso periódico de seu público-alvo. O uso de redes sociais está cada vez mais difundido entre as grandes empresas. Comunicação se escreve em “caixa alta” – sem ela nenhuma corporação sobrevive. Não basta produzir algo bom. É preciso divulgar e manter uma comunicação efetiva com o consumidor, que é cada vez mais exigente dentro de um mundo globalizado e competitivo. Então, nada melhor e mais barato do que utilizar as ferramentas disponíveis na convergência midiática para fortalecer a imagem institucional da empresa.

E todas essas mídias podem ser acessadas não apenas em um local fixo. Elas estão no seu celular, notebook, netbook ou tablet – tudo sem fio. Ou seja, em qualquer lugar. Você não está mais isolado. Ou seria melhor dizer – hoje é impossível alguém se isolar? De alguma forma, em qualquer latitude, você está sempre conectado – o mundo está online.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Rodson Lima – o super sincero

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

A noticia foi vinculada no horário nobre da Globo. Ouvi e re-ouvi a noticia sem entender por qual motivo ela estava impactando tanto. Não se trata de mentira, não se trata de nenhuma novidade.

Qual o pecado de Rodson Lima? Ele simplesmente disse a verdade que, todos nós conhecemos e, hipocritamente fazemos de conta que não sabemos. O vereador do PP de Taubaté, disse apenas o que os outros políticos não querem tornar público – que todos os políticos, sem exceção, a começar pela base, que são os vereadores, têm vida de príncipe financiada pelo erário público.

Não importa de qual partido político ele é - todos usufruem das mesmas mordomias incapazes de uma atitude ética de mudar o sistema. Depois de eleitos, se afastam da população não mais participando do cotidiano do povo que, supostamente, representam. Transporte público? – Nem pensar. Andar na rua? – Nunca. Frequentar postos e hospitais de saúde pública? – Jamais. Passam a um mundo diferenciado.

Os políticos distribuem migalhas, alguns favores, sorrisos, vão a eventos sociais, sobem em palanques, sempre como obrigações políticas e com discursos eleitoreiros. O povo aceita a situação e continua elegendo esses políticos em virtude da falta de conhecimento e opção. A população enxerga essas atitudes como normais e inerentes aos cargos que eles estão ocupando.

O eleitor não sabe que aqui, como em outros países, as coisas são ou podem ser diferentes. Não sabe, por exemplo, que o prefeito de Nova York vai trabalhar utilizando o transporte público - metrô. Não sabe que existem cidades no mundo nas quais os vereadores não recebem salários. Eles trabalham por convicção e lutam por uma sociedade mais justa e mais ética.

E Ética – essa é a palavra chave esquecida dos manuais da política brasileira e totalmente desconhecida dos nossos políticos. O eleitor precisa tomar conhecimento dessa situação vergonhosa e cobrar dos seus representantes. Não crucificando um único político que, por pura ingenuidade ou ignorância, declarou que “tenho uma vida de príncipe, graças aos eleitores”.

Ele só falou a verdade! A quem foi mesmo que incomodou? Cadê os outros?

sábado, 15 de outubro de 2011

Faxina neles

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Salvador aderiu às demonstrações realizadas em 18 estados do Brasil e, com apoio da OAB-BA, marchou contra a corrupção no dia 12 de outubro. Aproximadamente 600 pessoas se reuniram em caminhada do Cristo até Ondina. Os sinais de descontentamento dos brasileiros com a corrupção são cada dia mais evidentes.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados resolveu, no dia 28 de setembro, arquivar o pedido de abertura do processo de investigação ao deputado Valdemar da Costa Neto do PR. O resultado da votação aberta foi de 16 votos contra e apenas 2 a favor do dossiê. O relator Fernando Francischini - PSDB-PR desabafou ao terminar a sessão dizendo – “acabamos de fazer uma pizza”.

No mesmo dia, também em Brasília, uma ONG fixou 594 vassouras verdes e amarelas em frente ao Congresso Nacional, em mais um dos inúmeros protestos contra a corrupção, protagonizados por diversos setores da sociedade organizada. O número de vassouras era representativo – 513 deputados e 81 senadores. Infelizmente as vassouras foram roubadas por ambulantes, servidores e seguranças dos prédios da Esplanada dos Ministérios.

Até em grandes eventos, como Rock in Rio, alguns artistas chegaram a discursar e pedir, sob aplausos efusivos do público, um basta à corrupção. Além disso, alguns veículos particulares foram vistos circulando pelas ruas de diversas cidades brasileiras com adesivos protestando contra essa prática abusiva.

Esses são apenas alguns dos poucos casos que chamaram a atenção e ocupam a mídia nos últimos dias. Mas, são suficientes para reforçar a indignação e explicar a demonstração de apoio popular à “faxina” da Presidente Dilma Rousseff como foi comprovado, em 30 de setembro, através dos números divulgados pela pesquisa CNI/Ibope.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas e, entre outros, constatou a avaliação positiva do governo de 48% para 51%. Além disso, a avaliação pessoal da presidente subiu 4 pontos, indo de 67% para 71%.

A população brasileira vem, por conseguinte, demonstrando através de diversos meios que não aguenta mais a falta de ética e o desrespeito daqueles que foram instituídos no poder, através do voto democrático, para representar e defender a essa mesma população. O povo está se sentindo traído e revoltado a cada nova notícia de desvio do dinheiro público, falcatruas, caixas dois entre tantos outros crimes e exige - basta de corrupção.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pequenas diferenças - Salvador x Recife

Durante quatro dias participamos, Kath, Girnil e eu, do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação em Recife – INTERCOM 2011 – que aconteceu de 02 a 06 de setembro de 2011, na UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco. O evento ocorreu conforme esperado – foi um sucesso.

Recife foi um bálsamo. Descansamos muito do cotidiano e cansamos o corpo e a mente!

Em geral, as surpresas foram todas agradáveis durante a visita à capital pernambucana - melhor do que esperávamos. Andamos diariamente no calçadão de Boa Viagem. Assistimos diversas palestras e participamos de oficinas no congresso. Não nos esquecemos de fazer uma esticadinha ao Recife Antigo, no domingo à tarde, para conferir a feirinha de artesanato. Fomos a Olinda e estivemos no famoso castelo de Brennand para fechar a visitação à cidade.

Entre um trajeto e outro, observamos algumas diferenças entre Recife e Salvador que memorizei para compartilhar com você.

Transporte público:

  • O preço da passagem do ônibus é menor do que aqui em Salvador - R$ 2,00 e dia de domingo, pasmem, apenas R$ 1,00.
  • Em transporte público não entram vendedores ambulantes nem pedintes.

  • Raramente fomos abordados por alguém para vender alguma coisa, talvez uma ou duas vezes durante toda nossa visita.
  • Os usuários dos coletivos não utilizam nenhum tipo de som.
  • A frota dos coletivos é nova.

Orla:

  • A praia limpíssima e agradável, fora os tubarões, infelizmente.
  • Em compensação não identificamos "piranhas".
  • Andamos na orla a qualquer hora e nunca, fomos abordados por vendedores ou pedintes.
  • Verificamos que os moradores fazem uso de correntes de ouro e andam despreocupadamente no calçadão de Boa Viagem. Por que será?

Metrô de verdade e com muitos quilômetros:

  • Não deixamos de utilizar o metrô, claro, compensando nosso sentimento de vazio.
  • Valor da passagem R$ 1,50.

Populares não conseguiam entender nosso entusiasmo e observavam boquiabertos, nossos risos nervosos e quantidade de fotos que fizemos antes, durante e após o embarque. Também como entender as visões que acalentaram os soteropolitanos durante os últimos 12 anos, em que tentamos construir, sem sucesso, os nossos primeiros seis quilômetros de metrô?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

REPASSANDO UM CONVITE MUITO ESPECIAL

From: Associação Brasileira Terra Verde Viva
Sent: Thursday, August 18, 2011 8:09 PM
Subject: Reunião criação FEDERAÇÃO BAIANA DAS ENTIDADES DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS
Prezados(as) Ativistas, Protetores e Protetoras:

Diante da necessidade de nos reunirmos periodicamente, pelo menos uma vez por mês, para que possamos nos integrar, discutir ideias, conhecer opiniões, nos unir para a adoção de medidas efetivas em prol da transformação dessa realidade extremamente difícil e triste dos animais na Bahia, que nos faz sofrer, experimentar dificuldades financeiras e outras restrições para socorrê-los, é que vimos convidá-los(as) a participarem da criação da FEDERAÇÃO BAIANA DAS ENTIDADES DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Pensamos que um Movimento Humanitário Pró-Animal fortalecido e harmonioso, consciente e decidido a mudar essa realidade, é o que devemos buscar.

Então, em toda última sexta-feira do mês, teremos um encontro: FÓRUM ANIMAL.
Venha, participe, fale, realize!
1a. Reunião do FÓRUM ANIMAL:
26 de agosto de 2011
18 horas
Shoping Salvador – Livraria Cultura

Pauta: (1) CRIAÇÃO DA FEDERAÇÃO BAIANA DAS ENTIDADES DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS; (2) APRESENTAÇÃO DE CALENDÁRIO DE DISCUSSÃO NOS ENCONTROS MENSAIS.

ANIMALVIVA!
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PROTETORA DOS ANIMAIS – ABPA/BA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TERRA VERDE VIVA
ASSOCIAÇÃO CÉLULA MÃE
CUIDAR É O BICHO
INSTITUTO ARCA DE NOÉ
UNIÃO DEFENSORA DOS ANIMAIS BICHO FELIZ
UPAS – UNIÃO DE PROTEÇÃO DOS ANIMAIS DE SALVADOR

Vamos repassar esta mensagem a todos os Ativistas que têm interesse
em melhorar a vida dos animais e lutam por
respeito à sua dignidade!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Isso não foi noticiado no 2 de Julho

Caixão ladeado por integrantes do movimento SOS Pelourinho aguardando os outros participantes que vinham da Lapinha.


Faixa de protesto contra a falta de ação da Prefeitura de Salvador.


Com a imagem do olho, a mesma utilizada pelos hackers, cartaz diz a governantes que "estamos de olho".


Faixa de "Wagner nunca mais".


Aposentados exigem seus direitos.


Cavalos desfilam sem ferraduras marchando durante horas sobre asfalto e pisos de pedra na cidade. Para quem não tem conhecimento sobre o assunto, o casco do animal tem locais muito sensiveis e chega a sangrar quando é desgastado em atrito com asfalto. É obrigatório o uso de ferradura para esse tipo de trajeto.


Pedido de "moralidade e responsabilidade com o dinheiro público".


Parcial da demonstração da Irmandade do Rosário dos Pretos.


Populares olham o caixão do movimento SOS Pelourinho.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Corpo de Bombeiros esquecido


Texto e imagens Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com


Além dos problemas da segurança para combater os furtos e assaltos, a falta de ações sociais, menores dependentes químicos, prostituição entre outros, temos um fato que é de grande importância – a ameaça dos incêndios e desabamentos.

Antigamente os bombeiros faziam ronda periodicamente no Centro Histórico de Salvador. Controlavam os extintores nos comércios, verificavam o tipo de atividade exercida e as instalações físicas dos imóveis, os hidrantes, as vias de acesso entre outros. Há anos nada mais tem sido feito. O batalhão do Corpo de Bombeiros da Ladeira da Praça está esquecido, desestruturado, despreparado e desmotivado.

O Corpo de Bombeiros do centro de Salvador, continua no prédio histórico, com sua estrutura física condenada. Só permanece no local graças a insistentes apelos da sociedade, boa vontade da PM e de um órgão público que providenciou uma estrutura metálica para que a construção não ruísse. É visível a falta de condições de funcionamento estampada, há anos, na sustentação provisória do imóvel.

Se esse quartel sair desta base, os outros se encontram a grande distância do Pelourinho - um na região do Iguatemi e outro na Calçada. Ambos, em caso de sinistro na região, teriam dificuldades de acesso devido ao trânsito intenso e, provavelmente, que quando chegassem o fogo já teria consumido tudo. Principalmente se lembrarmos que as construções antigas têm muita madeira em sua estrutura.

Aliás, a corporação dos bombeiros só é lembrada em caso de sinistro como, por exemplo, o incêndio em 2006 que destruiu o restaurante "Mestiços", na Rua Santa Isabel, transversal da Rua das Laranjeiras, e diversos outros mais atuais. Porém, esse incêndio retrata as condições físicas de acesso e de trabalho dos bombeiros no Pelourinho.


A ocorrência – descrição

Joel Gonzaga, proprietário do restaurante sinistrado, culpa a falta de fiscalização da SUCOM e dos bombeiros. Foi o segundo incêndio no mesmo local em menos de um ano, o que por si só já deveria ter sido um alerta para as autoridades. No segundo andar da casa existia um ponto de reciclagem que acumulava grande quantidade de material de alta combustão como plásticos, papel e outros. Além disso, os fatos relatados a seguir por Joel e outros comerciantes da região apontam a precariedade e falta de preparo na ação dos bombeiros para debelar o fogo.

No dia do incêndio, não havia bombeiros no quartel da Ladeira da Praça, que estava sendo estabilizado com estrutura metálica “provisória”. O carro que veio atender à solicitação precisou se deslocar da região do Iguatemi e só chegou ao local uma hora e vinte minutos após o alerta de incêndio.

O imóvel, uma casa de dois andares, queimou totalmente em seis horas, no dia 6 de dezembro de 2006, em virtude de acessibilidade, hidrantes sem manutenção e falta d’água. O caminhão dos bombeiros enfrentou o forte trânsito do Iguatemi ao Pelourinho. Bateu na Praça da Sé em virtude de veículos estacionados, e precisou passar com uma roda por cima da praça, conforme depoimento de Renner Massa, comerciante estabelecido no local. A Praça da Sé é a única via de acesso a veículos especiais e encontra-se constantemente repleta de carros parados em local indevido. Se um lado da via esta tomado de carros estacionados é impossível o acesso rápido de bombeiros ou Samu, por exemplo, informa Renner.

Ao chegar à Rua Santa Izabel, local do sinistro, o veiculo do Corpo de Bombeiros não conseguiu entrar por causa de uma barreira que deveria ser removível, mas que não conseguiram retirar com rapidez. Os hidrantes mal conservados, no dia desse sinistro, estavam com areia e outros objetos por baixo da tampa de proteção da rosca. Os bombeiros precisaram pedir uma ferramenta aos comerciantes para desobstruir o ponto de conexão das mangueiras. Quando começaram a apagar o fogo faltou água!

A chama tomou tamanha proporção que, de alguma forma, passou para uma das janelas na lateral da Ordem 3ª do São Francisco, informa Joel. Por sorte, esse foco no templo foi imediatamente debelado. Quem acabou apagando o incêndio foi, na realidade, a água de dois carros pipa, solicitado com urgência pelos bombeiros à Embasa.

Joel perdeu todas as suas economias e até hoje nenhum órgão público se pronunciou. A igreja a proprietária da casa não iniciou a reforma, tão pouco tem planos para tal, mesmo havendo sido notificada pelo IPHAN e IPAC.

A Rua Santa Izabel agora está interditada com piquetes fixos de concreto e as paredes externas do imóvel sinistrado continuam em pé esperando que o tempo as façam desabar como acontece com dezenas de outros prédios do Centro Histórico de Salvador.



Com esse ocorrido, ficou o aviso sobre o perigo de incêndio nessa Igreja ou na vizinha - a Igreja de São Francisco. Torna-se desnecessário lembrar que, caso o fogo tivesse se alastrado e destruído um desses imóveis seria uma perda inestimável não apenas para Salvador, como também, para toda a humanidade. E a Catedral? A N.ª S.ª do Rosário dos Pretos? São Pedro? São Domingos? E as centenas de outras construções espalhadas pelo Centro Histórico de Salvador?

Infelizmente nada mudou. O poder público não fez nada para prevenir outras ocorrências e nada disso foi publicado em jornais. O ocorrido, se divulgado em sua integra, serviria de alerta documental, às autoridades e à sociedade, que ficariam cientes da problemática e risco da destruição de imóveis reconhecidos e declarados Patrimônios da Humanidade, dos quais somos responsáveis.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ONG’s e voluntárias amenizam sofrimento de animais de rua

Texto e imagens Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Está previsto para o próximo mês de julho, mais um mutirão de castração de animais no Centro Histórico de Salvador. O último foi em fevereiro, quando veterinárias inglesas que colaboram com a ONG (organização não governamental) Animalviva, esterilizaram 16 gatas.

Ana Claudia, presidente da Animalviva, relata as diversas dificuldades e a falta de verba para operar mais animais de rua. “Tudo custa caro. São anestesias, linhas de sutura, antibióticos e vacinas anti-rábicas. Não recebemos nenhuma ajuda municipal ou estadual e dependemos exclusivamente das doações de particulares.” Ana Claudia ainda pede que se possível, essas doações sejam em forma de material e tempo disponível para ajudar na captura e alimentação dos bichos.

A protetora e colaboradora Silvia Vannucci, que também é guia de turismo, conhecendo a realidade do Pelourinho, afirma “se não fosse o trabalho de ONG’s e das voluntárias que protegem e alimentam esses animais de rua, a situação estaria bem pior. A reprodução desses cães e gatos é geométrica”, lembra Silvia e continua indignada com a falta de respeito para com os animais. “Muitas pessoas maltratam bichos e esquecem que animais sentem dor como nós – algumas acham inclusive que deveria se retirar os animais de rua, mas colocar aonde? E o que é melhor: gato ou rato?” - pergunta Silvia.

Em 7 de outubro de 2010, o Jornal A Tarde, denuncia que existiam nesta data, aproximadamente 60 mil animais nas ruas da cidade de Salvador. Esse número poderia ser bem maior, pois conforme a ONG Célula Mãe, uma única cadela pode gerar até 600 descendentes e uma gata 2.000 em apenas dois anos de existência. “Essa situação demonstra a importância de trabalhos de castração dos animais de rua visando um controle populacional” – informa Janaína presidente da ONG.

As diversas organizações não governamentais dedicadas aos animais não humanos da cidade promovem feiras de adoções para conseguir um lar adequado a diversos cães e gatos recolhidos nas ruas, inclusive filhotes. Além disso, todas elas procuram conscientizar a população sobre a posse responsável e os cuidados no trato com animais.

Mesmo assim, encontram-se diversos animais abandonados e literalmente jogados à própria sorte nas ruas da cidade. Até mesmo animais de grande porte como cavalos, vagam por alguns bairros de Salvador, somando riscos à população e ao trânsito.

Em 2004 foi firmado um Termo de Ajuste de Conduta entre a Prefeitura de Salvador e a Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, visando o estabelecimento de normas no trato do assunto em pauta. Esse TAC ainda aguarda cumprimento.

domingo, 29 de maio de 2011

Art. 23 da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Centro Histórico – sem segurança, sem social, sem turistas


Menores dependentes quimicos abandonados à própria sorte em descumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente, perambulam pelas ruas do Centro Histórico.

Texto e imagens Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Nos últimos anos a degradação do centro histórico de Salvador tem sido amplamente divulgada pela mídia e amargada por aqueles que resolveram se instalar na região. Lojas fechadas e a “sensação de insegurança”, como é comumente denominada pelos representantes do governo, estampada no rosto amedrontado dos transeuntes, sejam eles turistas ou não. Os problemas começam logo na chegada com as dificuldades de acesso e estacionamento. Os motoristas são constantemente abordados por “flanelinhas”, e depois por pedintes durante os trajetos a pé.


O tráfico de drogas, dependentes químicos, menores abandonados à própria sorte pelo poder público em descumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de roubos e agressões a moradores e transeuntes são alguns dos problemas que atingem o Pelourinho. Tudo aponta a falta de ação social e ausência de gestão municipal e estadual. Os investimentos públicos são insuficientes, haja vista a grande quantidade de imóveis em estado deplorável, como por exemplo, os esqueletos de prédios ao lado do Elevador Lacerda, o prédio do Corpo de Bombeiros na Ladeira da Praça que há anos encontra-se sustentado por uma estrutura metálica, a antiga sede do 18º Batalhão da Polícia Militar, condenado pela Sucon - Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo - prestes a ruir, são algumas das chagas visíveis a qualquer transeunte.

O início da restauração de uma área do Pelourinho, sem previsão de término, a tão noticiada 7ªetapa, o Mercado e feira de São Miguel, a passarela ligando a Rua das Laranjeiras à proximidade do estádio da Fonte Nova, já visando à copa de 2014, estão também, entre diversos outros projetos que necessitam urgentemente de grande aporte financeiro. Já a iniciativa privada se faz presente através de investimentos como no caso do Museu da Santa Casa da Misericórdia, Hotel Convento do Carmo, como também micros empreendedores que colocaram capitais e sonhos na região, mas que hoje, em virtude de toda essa situação, vêem o afastamento de seus clientes potenciais, conforme declarações de diversos empresários ainda no local.

Paulo Santos, que de barraqueiro chegou a ter cinco lojas no Pelourinho, desistiu de todas elas em virtude de não conseguir mais pagar as despesas com aluguel e funcionários. “Toda vez que reclamava alguma coisa eu era taxado de viúva de ACM pelo poder público, cansei disso” afirma ele. “Reclamava apenas do que via que não estava funcionando e lutava pelo melhor para toda a coletividade. Enquanto o turismo não for visto com seriedade, como um setor gerador de emprego, renda e inclusão social, o Pelourinho continuará decadente” – conclui Paulo.

No quesito segurança, os turistas que passam pelo centro histórico temem ser assaltados a qualquer hora do dia. E assalto é o que não falta, como comprovado constantemente pela presença da região nas páginas policiais das mídias soteropolitanas. O fotografo do Jornal A Tarde flagrou e publicou em 27 de março, o roubo a um turista português em plena luz do dia. Foi um escândalo. No dia seguinte o meliante foi preso e apresentado a Deltur. Mas, por falta do registro da queixa, o mesmo foi liberado no outro dia. Em 29 de abril a Tribuna da Bahia, posicionou um fotógrafo em uma rua do centro histórico e após 10 minutos fez dois flagrantes, sendo que em um dos dois casos, a vítima, o turista Claudio Novis, acabou com um ferimento no braço.

Existem também muitos acontecimentos graves, como o assassinato a facadas em plena tarde de 7 de dezembro do ano passado, na Praça da Sé, curiosamente pouco noticiado pela mídia. O fato tragicômico do turista espanhol ferido, também a facadas, durante assalto no Pelourinho, que ao ser medicado no Hospital Geral do Estado, reconheceu seu algoz sendo atendido, no mesmo hospital, sem uma mão. A polícia descobriu que a mão do meliante, havia sido decepada pelo parceiro em desavença pela divisão do produto do roubo ao espanhol. São casos como esses e dezenas de outros que vão afastando os visitantes da região sejam eles turistas ou soteropolitanos.

Delitos acontecem constantemente, conforme depoimento de um policial militar do 18º batalhão, que prefere não se identificar. “Não existe meliante aqui que ainda não tenha passagem pela delegacia, mas poucos ficam presos”, ele afirma. “Na maioria das vezes apresentamos um detido e ele sai na hora enquanto nós, (policiais), ficamos preenchendo o BO (boletim de ocorrência). Depois, o indivíduo ainda dá risada da gente”, amarga o policial. “É muito desgastante”, conclui o policial.

Ainda assim a Secretária de Turismo do Estado da Bahia comemora o número de visitantes sem perceber que o que esta acontecendo de fato é “um tiro no pé”, afirma Lenner Cunha, Presidente da Associação dos Comerciantes do Centro Histórico – ACOPELO. “Cada turista que sai daqui decepcionado com uma vivência negativa é uma péssima publicidade de nossa cidade e consequentemente, de nosso país. Nem ele, nem qualquer outra pessoa de seu relacionamento vai querer vir a Salvador” – conclui Lenner.

Corroborando com a afirmação do Presidente da ACOPELO, existe o resultado da pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), na qual, em 2009, o Brasil ficou no 45º lugar no ranking mundial de competitividade do turismo, e em relação aos países Americanos, ficou com o 5º lugar. No total, foram analisados 133 países do mundo, em diversos itens, entre eles segurança. Neste quesito, o Brasil amargou a posição 130º, atrás de países como África do Sul e Rússia. Comparando esse resultado ao obtido no Fórum Econômico Mundial deste ano, caímos da 49º posição geral para a 52º e de 5ª para 7ª colocação entre os países americanos.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Reciclar é fundamental

Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Alumínio, plástico, papel, papelão, isopor, são entre outros, materiais utilizados nas embalagens de diversos produtos para uso doméstico. A quantidade de lixo produzida pelas grandes cidades no mundo é proporcional ao seu poder aquisitivo.

O Brasil a partir da última década caminha a passos largos para o consumo do luxo e do supérfluo aumentando consideravelmente seu resíduo com condições recicláveis. Falta-nos no entanto, a cultura e a legislação que forcem o cidadão a reciclar seus lixos sólidos, no mínimo. Tudo é jogado em um único espaço e levado por vezes, percorrendo muitos quilômetros, a depósitos, onde, pessoas em condições subumanas remexem todo aquele volume mal-cheiroso a cata de materiais que possam vender e assim garantir a sua subsistência.

Algumas cooperativas se formaram e estão a pleno vapor reciclando de forma organizada. Infelizmente, sabemos que existe também pouca conscientização, mas, além dela, urge uma legislação forte que obrigue a todos os habitantes a reciclar.

Em sua cozinha ponha uma caixa de papelão e vá colocando todas as embalagens que vem em suas compras. Lave os objetos livrando-os do mau cheiro. Quando estiver completa, se possível, passe em um dos vários pontos de coleta perto de você e entregue o material. Outra forma seria conseguir que todos os seus vizinhos de casa ou de apartamento comunguem e se conscientizem de que não podemos continuar destruindo nosso bem maior – a natureza. Tudo vai ser cada dia mais caro e mais difícil. Não existe fonte inesgotável de matéria prima. Faça sua parte e conserve a natureza para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, hoje e amanhã.

Pesquise aqui o endereço da cooperativa de reciclagem que fica mais perto de sua casa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mutirão de castração

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

A ONG Animalviva, fez em 09 de fevereiro deste ano, na Praça da Sé, mais um mutirão para castração de gatos que (sobre)vivem na região. O trabalho é feito por veterinárias inglesas que dedicam suas férias ao bem estar de animais em estado de risco, castrando os mesmos para evitar uma explosão populacional. São muitos animais soltos na área e na cidade de maneira geral, alimentados pela misericórdia de algumas pessoas que se compadecem da situação de abandono desses felinos.

“ O trabalho dessas veterinárias é muito importante e se não fosse isso, não teríamos apenas dezenas de gatos, teríamos centenas” - diz um comerciante local que não quis se identificar. “Esses animais não merecem estar aí. O poder público precisa tomar uma atitude. São gatos e cachorros vivendo nas ruas sem assistência, a mercê de maus tratos e colocando a população em risco também. É um absurdo.” – conclui o cidadão.

Outro passante expressou sua admiração pelo trabalho exaustivo de tentar pegar os felinos para operar. “Os gatos são rápidos e inteligentes. Não sei como elas conseguem. Eu não consigo pegar nem mesmo meu gato em casa”, concluiu ele sorrindo.
Entre os risos e a admiração de passantes e comerciantes, as veterinárias instaladas em um apartamento, cedido para o trabalho por uma moradora local, conseguiram mais uma vez castrar 8 felinos, após um dia extenuante de trabalho.

Ana Claudia, presidente da ONG Animalviva, reclama da falta de pessoas voluntárias para ajudar a pegar os animais e do pouco ou nenhum auxilio do poder público municipal e estadual. “O custo que temos para anestesia, seringas, linhas de sutura, antibióticos e outros medicamentos, é custeado por doações de pessoas particulares. Precisávamos de mais ajuda para fazer um controle populacional mais eficaz dos felinos que vivem nas ruas da cidade” - conclui Ana Claudia.

Interpelada sobre a situação dos cães, pois, exatamente naquele dia estava um tumulto em virtude de uma ou duas cadelas no cio, o que estava provocando uma grande quantidade de briga de cães na praça - mais de dez cachorros entre eles alguns feridos, sangrando – A ONG Animalviva informou que infelizmente não possui meios de contenção para a castração de cadelas. Os felinos podem ser soltos após algumas horas, mas, cães precisam de maior assistência, informa Ana Cláudia, presidente da ONG.

Os transeuntes, residentes e comerciantes da Praça da Sé e adjacências ficam a espera da Célula Mãe, por ser a única ONG que dispõe de condições físicas para a castração das cadelas. Essa instituição já fez esse trabalho há alguns anos, nesse mesmo local conforme informações de Tatiana, moradora da região.

Conforme informações da Célula Mãe, uma única cadela pode gerar até 600 descendentes e um felino 2000 em apenas dois anos de existência. Portanto, urge que haja uma intervenção sistemática, com apoio do poder público, visando à castração dos animais que vivem nas ruas e em comunidades carentes.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reflexões no Dia Nacional dos Aposentados

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Todos os jovens de hoje esquecem que algum dia, se sobreviverem, serão velhinhos e aposentados. Sempre quando penso nisso, recordo também da minha juventude. Achava tudo tão distante, irreal, como se fosse alguma ameaça que talvez nunca se concretizasse.

Mas, é incrível como o tempo passa rápido. A velocidade aumenta a cada dia vivido. Um psicólogo explicou esse fato e até hoje, acredito ser a mais próxima da realidade – quando se é jovem, tudo é novo, muita coisa a aprender, a vivenciar, lembrou o medico. Isso faz com que o dia pareça uma eternidade. Com o tempo resta pouco a aprender no cotidiano. As novidades são raras. É sempre um “déjà vu”. Então o dia passa em uma velocidade estonteante e, com ele, os meses, os anos.

Os cabelos ficam brancos e as rugas aparecem. O corpo toma forma diferente, puxada pela força de atração do solo – tudo caí. A saúde também dá seus sinais de que o organismo já trabalhou muito. Carburador entupido. Pneus gastos. Amortecedores em frangalhos. Fazer o quê? Na realidade, quando chegamos a certa idade e olhamos para trás, vemos quantos amigos e amigas não nos acompanharam nessa jornada. Cada dia que vivemos é um presente. Um bilhete premiado.

É nesse sentido que penso em como é injusto o sistema previdenciário. O aposentado contribui toda a vida, chega nessa fase e não consegue receber o suficiente para sua manutenção. Logo nessa fase em que o organismo mais necessita de cuidados, o governo procura com artimanhas do tipo fator previdenciário, tirar o que pode do aposentado. Não é justo e chega até a imoralidade. Os políticos, responsáveis pela aprovação das leis, vão receber aposentadorias diferenciadas e polpudas, e esquecem-se da realidade da maioria da população brasileira.

Hoje os jovens têm mais informação do que as que eu recebia em minha juventude. Com elas vem também a consciência da realidade de como é rápida a passagem da juventude para a velhice. Por esse motivo acredito que todos os jovens deveriam se unir aos aposentados, hoje, e exigir do governo tratamento digno e justo aos integrantes da 3ª idade. Os jovens não devem esquecer que têm chances de se tornar os velhos de amanhã - pensem nisso.

domingo, 23 de janeiro de 2011

A quem interessa Cesare Battisti

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com

Alguns políticos brasileiros defendem Cesare Battisti com muita veemência. Fico à procura de algum motivo que explique essa posição. Será que ele tem algum conhecimento importante na área social, econômica, física ou química? O que ele já fez ao fará pelo Brasil que valha a pena mantê-lo aqui? Procuro por alguma contribuição de Battisti a nossa nação e não encontro nenhuma.

Acredito que como eu, todos os brasileiros, ou uma grande parte deles, também procura entender o posicionamento político de nosso país. O custo para manter o italiano preso, que com certeza não é pequeno, é pago pelo contribuinte brasileiro. Além disso, vemos nossa imagem arranhada.

Algumas autoridades brasileiras insistem em manter em território nacional um individuo julgado como criminoso na Itália, país democrático, que respeita as convenções de direitos humanos. Ao apagar das luzes Lula assinou a não extradição de Cesare Battisti, deixando o “abacaxi” para a presidente Dilma. A manutenção desse cidadão italiano em solo brasileiro virou jogo de empurra, sem explicação convincente de quais seriam os verdadeiros motivos da não extradição.

Alegar que Cesare Battisti é perseguido político, não convence ninguém. Significa dizer que a Itália não é um país democrático. Sem esquecer, também, que o parlamento europeu aprovou por 86 votos a 3 a solicitação que a Itália fez ao Brasil de extraditar Battisti. Por conseguinte, toda a Europa não é democrática na visão de, repito, alguns políticos brasileiros.

A única explicação que encontrei foi a ideológica – o fato de Battisti pertencer ao partido comunista e ter participado de luta armada na Itália. Isso teria atraído a empatia de pessoas que se identificam com a situação vivida pelo italiano.

Como brasileira, sinto vergonha e estou indignada de estar dando guarita a um individuo que assassinou quatro pessoas na Itália. Terrorismo é algo abominável. Matar pessoas inocentes é assassinato cruel, sem chance de defesa.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As construções invadiram o rio

Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com


Estava assistindo ao noticiário televisivo em companhia de um amigo muito ligado a natureza. As imagens mostradas entristeciam qualquer pessoa - famílias inteiras haviam perdido tudo, do pouco que possuíam, em mais uma enchente, em mais uma encosta que cedeu. As águas invadiram as residenciais, os comércios e as ruas foram transformadas em rios caudalosos, com carros e pessoas sendo arrastadas pelas correntezas. Famílias soterradas pelas encostas. Construções desabaram. Em uma palavra - chocante.

O repórter enfatizava o fato de o rio haver invadido as casas quando, de repente, um comentário desse meu amigo caiu como um balde de água fria na minha cabeça - “eles ficam acusando o rio e as chuvas de terem invadido as casas. Na verdade foram as casas que invadiram o rio”. É óbvio que era aí que se encerrava o problema, mas, sempre olhamos tudo por outro ângulo – a culpa é do rio. Mas, o rio já estava lá com sua várzea, antes das casas serem sequer sonhadas. Todos sabem disso, ou pelo menos, deveriam saber.

Como é possível que se permita a construção em espaços que com certeza, mais cedo ou mais tarde, podem ser tragados pela terra ou inundados por alguma enchente, mesmo que isso demore 30 ou 50 anos? As enchentes, assim como as secas, são cíclicas e conhecidas pelas autoridades através de seus dados estatísticos. É uma verdade que todos esquecem. Principalmente os órgãos públicos que deveriam cuidar para que isso não ocorresse.

Não existe justificativa aceitável para essa inércia das prefeituras. Temos secretarias especificas, ocupadas por técnicos capazes, ou que deveriam ser capazes, responsáveis pela ocupação do solo, e elas deveriam estar atentas aos locais que podem ou não ser construídos. No entanto, o que vemos, são casas brotando diariamente em espaços inadequados, sem qualquer técnica ou estudo, onde, de tempos em tempos, vidas são ceifadas, bens materiais são perdidos. Existências são inexoravelmente apagadas, mesmo a dos que sobrevivem a essas catástrofes.

Mas, não obstante tudo isso, para “agradar” ao eleitor, as prefeituras constroem ruas, iluminam, canalizam água e, principalmente, cobram imposto predial territorial urbano de áreas que não deveriam nunca ter sido construídas.

As perguntas que não querem calar são - para que servem as secretarias municipais que deveriam cuidar da ocupação do solo e, quem são os responsáveis por essas tragédias previstas. Até quando vamos chorar os mortos e amargar os prejuízos sem que se procure corrigir os erros e responsabilizar os verdadeiros culpados que são as omissões dos órgãos municipais e não as chuvas, ou os rios.