Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com
O nosso sistema político provoca um retrocesso total na nação no início e fim dos mandatos. A cada nova eleição tudo fica estagnado e, muitas vezes, o que foi construído com o erário público, nosso dinheiro, é relegado ao abandono, em uma mistura de orgulho medíocre e irresponsabilidade política.
Os ministros, secretários e os diversos cargos de confiança, até então ocupados por eles, são entregues aos companheiros fiéis, que atuam quase como marionetes. Os ex-ocupantes continuam manobrando tudo e deixando as autarquias trabalharem a favor de suas eleições.
Quando eleitos, as desculpas nunca mudam. Para começar, alegam falta de capital e que encontraram a “casa” um caos, em virtude da péssima administração anterior. Começa também, a dança de nomeações e premiação dos que mais trabalharam nas eleições ou são indicados pelos partidos “a” ou “b”, que fazem parte da coligação.
Entre o “assentamento de poeira” e o trabalho de fato, passa de um a dois anos. Essa é também a fase de definição sobre a política que, esse ou aquele governo, vai abraçar e a se conhecer quem é “amigo” ou “inimigo”. Ou melhor, quem quer puxar o tapete de quem. No terceiro ano, aí sim, o início real de algum tipo de atividade produtiva e, no quarto ano, tudo retorna ao ponto de partida.
Se nos primeiros anos de governo a população reclama alguma coisa, não é ouvida sob a alegação de que não gosta do político que se elegeu. Quem fica sem reclamar é porque apóia ou acredita que, dentro de pouco tempo, alguma coisa vai melhorar. Por fim, a população desiludida esperneia e faz balanço de sua memória afetada pela mídia.
A propaganda política, garantida por lei, interrompe os horários nobres da televisão para convencer o eleitor sobre o quanto eles fizeram e, quanto mais farão no futuro. O povo, acostumado a olhar para a “telinha”, assiste. Absorve as imagens hipnotizantes.
Próximas eleições - ganha quem tem o melhor marqueteiro. A maior quantidade de minutos na televisão. O melhor projeto publicitário. A melhor política de convencimento da massa. É tudo sempre igual - só retrocesso. Mexe-se nas figuras mas não no sistema.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Retrocesso agendado
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Muito boa essa frase
ResponderExcluire diz tudo: " Mexe-se nas figuras mas não no sistema ".
Preciso falar mais alguma coisa ?
Excelente perspectiva na abordagem da matéria,
como sempre levantando vários pontos para seerm abordados.
Rick Castro F2J