Texto: Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com
“O fugitivo” é o título de um filme americano que tem como tema central um médico, representado por David Janssen em sua primeira versão e Harrison Ford na segunda, acusado de estuprar e matar a própria esposa. Mesmo alegando inocência e, sem provas contundentes, ele foi condenado em virtude da apresentação de evidências. Conseguiu escapar da prisão após um acidente de carro que o conduzia e, durante sua fuga, procurava incansavelmente por um homem de um braço só, que afirmava ter visto na cena do crime. Perseguido por toda polícia, tinha um agente em especial que colocou a captura do fugitivo como meta em sua vida. O filme principal foi em seguida transformado em série de televisão dos anos 60.
Na vida real, este drama foi vivido por uma família americana, classe média alta. Eles tinham um filho. O médico nunca conseguiu provar sua afirmação sobre a existência de uma terceira pessoa, que seria segundo ele, o verdadeiro algoz de sua esposa. Ninguém acreditava na versão de um indivíduo ter invadido a casa do casal, estuprado e, em seguida, assassinado a vítima em poucos minutos. Principalmente por se tratar de uma pessoa deficiente física - sem um braço.
O fugitivo, como ficou conhecido, morreu na prisão. Seu filho nunca aceitou a versão da polícia e a condenação de seu pai mas, só conseguiu provar a inocência dele, com o surgimento do exame de DNA. Tarde demais, pois seu pai já havia falecido.
Esse foi apenas um caso famoso, transformado em reality show pela mídia, entre tantos outros anônimos, comprado pelo público por toda sua carga emotiva e representatividade do momento vivido pela sociedade. O médico já havia sido condenado mesmo antes do julgamento. Uma família dilacerada sem chance de se recompor.
Estamos mais uma vez diante de fato parecido. O casal Nardoni. O julgamento ainda não terminou e, na verdade, não importa se serão ou não inocentados. Não quero defendê-los, tão pouco acusá-los. Não me sinto em condições de julgá-los. Quero apenas deixar, plantado em nossos corações, o beneficio da dúvida.
Nada trará de volta a menina Isabella. Essa é a única verdade.
sexta-feira, 26 de março de 2010
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Eu, também sou bastante pé no chão no que tange a esse caso, mas os fatos foi convincente, sendo assim acredito na culpa deles.
ResponderExcluirSó uma pessoa corajosa faria um comentário desses sobre um fato de repercussão nacional, fazendo uma analogia com outro caso que houve uma grande falha por parte do judiciário. Parabéns
O comportamento da sociedade nas várias etapas
ResponderExcluirdo processo, se configurou com o poder da mídia, isso realmente é notório. Não quero adentrar no mérito do casal serem culpados ou não porque aí já seria outro comentário de matéria sua, rsrs.
Te parabenizo com essa explanação tão profunda em lembrar do papel da mídia até na nossa Justiça, como foi esse caso e tantos outros quando a mesma quer se envolver.
Gostei também da sua imparcialidade referente ao caso Isabela.
Saudações.
Rick Castro F2J