Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com
Ávidos de informações, ligamos a televisão para assistir a um noticiário. De repente, no meio do programa, aparece um clone de Ana Maria Braga fazendo bolinhos de feijão e de outro alguém mais, comentando a moda da próxima estação.
Fico pensando se é correto, durante um programa que se propõe a passar notícias do Brasil e do mundo, em já escassos 30 minutos, os editores encontrarem ainda, como por milagre, tempo para ensinar a fazer bolinhos de feijão...
Temos, na televisão, 24 horas de programações “light” com espaços dedicados a todo tipo de entretenimento digamos, descompromissados. Porque usar o pouco tempo reservado para situar o povo brasileiro na realidade contemporânea, informando assuntos de grande relevância, com assuntos tão banais? Acredito que as pessoas, ao assistir noticiários, estão à procura de informações que mexem com o mundo e, nem um pouco preocupados com receitas ou moda.
As emissoras de televisão precisam perceber que existe outro público - um espectador em busca de informação séria, dos problemas que afligem a humanidade, do conhecimento geral, da economia, entre outras coisas. Será que não tem mais nada importante acontecendo no planeta, suficiente para preencher este pouco tempo reservado aos noticiários?
Sinto-me frustrada e acredito que, como eu, milhões de brasileiros que, por um motivo ou outro, não dispõem de canal fechado. Considero um desserviço e um insulto a nossa inteligência, preencher esses raros espaços que deveriam estar “recheados” de informações importantes, com futilidades e matérias baratas de gaveta.
Registro aqui meu protesto esperando que, algum dia, o povo brasileiro possa contar com emissoras de televisão preocupadas, de fato, em passar um retrato da realidade, situando a população no espaço e tempo da atualidade mundial. Emissoras preocupadas com a qualidade de sua programação, que tenham consciência de seu poder como mídia e conseqüente responsabilidade social. Esse seria um grande passo para o desenvolvimento do nosso país, cuja população está tão carente de conhecimento.
sexta-feira, 19 de março de 2010
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Magda
ResponderExcluirUm fator ao meu ver a ser destacado é a própria sociedade, ou seja, os telespectadores que dão audiência a esse tipo de mídia, sendo por muitas vezes passivos a situação, outra parcela se enquadra nessas programações, consequentemente essa " ditadura " da falta de conhecimento continua e se propaga cada vez mais.
A nossa mídia, o nosso jornalismo, a nossa sociedade, precisa de profissionais como
vc, esse campo de visão preciso, aguçado e inquietante para uma realidade a qual não faz parte da nossa.
By: Rick Castro F2J