domingo, 30 de outubro de 2011
Suportes tradicionais e a realidade midiática
Por Magda Kaufmann em 18/10/2011 publicado na edição 664 - Observatório da Imprensa.
Considerado por diversos autores uma revolução tão importante quanto a provocada pelo desenvolvimento da máquina a vapor, o computador abriu uma nova porta para a humanidade. Através dele foi possível conectar o mundo, descentralizar o conhecimento e a informação. O surgimento constante de novos suportes desenvolve e aumenta as possibilidades das mais diversas comunicações midiáticas, proporcionando uma nova forma de consumo e influenciando o comportamento do consumidor inserido nessa tecnologia.
Hoje, é impossível se pensar em qualquer trabalho sem que exista algum tipo de tecnologia envolvida. Mas, com certeza, é na área do conhecimento e da informação que se encontra a maior influência do desenvolvimento tecnológico do último século. Há algum tempo, a diferença entre o conhecer e ignorar estava em saber ler e ter acesso a livros. Isso já não é mais suficiente. É preciso também possuir poder financeiro, conhecimento tecnológico e tempo para se atualizar continuamente. Todos os dias surgem novos suportes e diferentes formas de se acessar o conhecimento.
Mas, ao mesmo tempo em que agregam o mundo, essas novas tecnologias ajudam a cavar um fosso maior entre as pessoas que têm e as que não têm a capacidade econômica e o conhecimento suficiente para acessar as informações disponíveis. Uma grande parte da população mundial está excluída desse avanço tecnológico. Os termos analfabetismo digital e inclusão digital surgiram há alguns poucos anos e o assunto está sendo discutido por diversos setores da sociedade. A população sem acesso a internet é considerada, na contemporaneidade, como a marginalizada do século 21.
Jornais e rádios dispõem de sites
As informações estão em rede e na rede – só precisam ser acessadas. Elas circulam incontroláveis e independentes de alguma produção, digamos, profissional. O conhecimento está disponível no Google, YouTube, nos mais diversos sites, blogs, TVweb, Facebook, Myspace, Twitter, entre outros. O consumidor dessa mídia está longe de ser apenas um receptor de informações. Ele interage e é também produtor. Ele alimenta e é alimentado intelectualmente pela rede formada pela comunicação midiática.
Encontros sociais e até mesmo revoluções são marcadas através da web. Somos testemunhas dos fatos acontecidos no Oriente Médio, até com derrubada de governo de um país e grandes modificações em outros. O sucesso desses eventos depende diretamente do percentual de pessoas envolvidas e incluídas digitalmente. Daí, a procura incessante de alguns governos por formas de censura do conteúdo divulgado na net proibindo o acesso da população a diversos sites como forma de controle da informação.
Os jornais, emissoras de rádio e televisão já se encontram praticamente unidos em torno das novas mídias. A convergência midiática obriga esses suportes tradicionais a se adequarem a uma nova realidade. Os jornais possuem site na web e já não são apenas lidos – eles vêm desenvolvendo formas de serem ouvidos, vistos e de buscar a informação do leitor através da interatividade. As emissoras de rádio, através de sites, dispõem de notícias escritas concorrendo com os jornais. O consumidor pode repetir a informação que, antigamente, era perdida caso não fosse ouvida naquele segundo. Também é possível se acessar imagens através de clips e life stream.
O mundo está online
A televisão, além de ser assistida, tem a notícia escrita e procura incessantemente por novas produções de seu próprio público, fechando o círculo de produtor e consumidor da informação. Além disso, exemplificando com a BandNews, você ouve na rádio o noticiário que foi produzido para a televisão.
Neste contexto, as corporações não ficam atrás. Criam sites corporativos visando à comunicação entre todos os stakeholders das empresas, com acesso total de qualquer pessoa, também chamados de horizontais, e alguns com espaço exclusivo a determinado público, conhecidos como portais verticais. Além disso, setores empresariais, como Relações Públicas, fazem uso constante dos portais como forma de manter conexão rápida e atualizada. O setor de marketing também utiliza os portais com ações voltadas a fortalecer e vender a imagem da corporação – disparam mailings direcionados a públicos pré-determinados e, de forma pessoal, até aos aniversariantes.
A atualização dos sites, portais e blogs torna-se imprescindível e requer grande atenção e esforço das corporações. É preciso manter tudo atualizado, interessante e conectado às novas tecnologias para conseguir o acesso periódico de seu público-alvo. O uso de redes sociais está cada vez mais difundido entre as grandes empresas. Comunicação se escreve em “caixa alta” – sem ela nenhuma corporação sobrevive. Não basta produzir algo bom. É preciso divulgar e manter uma comunicação efetiva com o consumidor, que é cada vez mais exigente dentro de um mundo globalizado e competitivo. Então, nada melhor e mais barato do que utilizar as ferramentas disponíveis na convergência midiática para fortalecer a imagem institucional da empresa.
E todas essas mídias podem ser acessadas não apenas em um local fixo. Elas estão no seu celular, notebook, netbook ou tablet – tudo sem fio. Ou seja, em qualquer lugar. Você não está mais isolado. Ou seria melhor dizer – hoje é impossível alguém se isolar? De alguma forma, em qualquer latitude, você está sempre conectado – o mundo está online.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Rodson Lima – o super sincero
Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com
A noticia foi vinculada no horário nobre da Globo. Ouvi e re-ouvi a noticia sem entender por qual motivo ela estava impactando tanto. Não se trata de mentira, não se trata de nenhuma novidade.
Qual o pecado de Rodson Lima? Ele simplesmente disse a verdade que, todos nós conhecemos e, hipocritamente fazemos de conta que não sabemos. O vereador do PP de Taubaté, disse apenas o que os outros políticos não querem tornar público – que todos os políticos, sem exceção, a começar pela base, que são os vereadores, têm vida de príncipe financiada pelo erário público.
Não importa de qual partido político ele é - todos usufruem das mesmas mordomias incapazes de uma atitude ética de mudar o sistema. Depois de eleitos, se afastam da população não mais participando do cotidiano do povo que, supostamente, representam. Transporte público? – Nem pensar. Andar na rua? – Nunca. Frequentar postos e hospitais de saúde pública? – Jamais. Passam a um mundo diferenciado.
Os políticos distribuem migalhas, alguns favores, sorrisos, vão a eventos sociais, sobem em palanques, sempre como obrigações políticas e com discursos eleitoreiros. O povo aceita a situação e continua elegendo esses políticos em virtude da falta de conhecimento e opção. A população enxerga essas atitudes como normais e inerentes aos cargos que eles estão ocupando.
O eleitor não sabe que aqui, como em outros países, as coisas são ou podem ser diferentes. Não sabe, por exemplo, que o prefeito de Nova York vai trabalhar utilizando o transporte público - metrô. Não sabe que existem cidades no mundo nas quais os vereadores não recebem salários. Eles trabalham por convicção e lutam por uma sociedade mais justa e mais ética.
E Ética – essa é a palavra chave esquecida dos manuais da política brasileira e totalmente desconhecida dos nossos políticos. O eleitor precisa tomar conhecimento dessa situação vergonhosa e cobrar dos seus representantes. Não crucificando um único político que, por pura ingenuidade ou ignorância, declarou que “tenho uma vida de príncipe, graças aos eleitores”.
Ele só falou a verdade! A quem foi mesmo que incomodou? Cadê os outros?
magdakaufmann@hotmail.com
A noticia foi vinculada no horário nobre da Globo. Ouvi e re-ouvi a noticia sem entender por qual motivo ela estava impactando tanto. Não se trata de mentira, não se trata de nenhuma novidade.
Qual o pecado de Rodson Lima? Ele simplesmente disse a verdade que, todos nós conhecemos e, hipocritamente fazemos de conta que não sabemos. O vereador do PP de Taubaté, disse apenas o que os outros políticos não querem tornar público – que todos os políticos, sem exceção, a começar pela base, que são os vereadores, têm vida de príncipe financiada pelo erário público.
Não importa de qual partido político ele é - todos usufruem das mesmas mordomias incapazes de uma atitude ética de mudar o sistema. Depois de eleitos, se afastam da população não mais participando do cotidiano do povo que, supostamente, representam. Transporte público? – Nem pensar. Andar na rua? – Nunca. Frequentar postos e hospitais de saúde pública? – Jamais. Passam a um mundo diferenciado.
Os políticos distribuem migalhas, alguns favores, sorrisos, vão a eventos sociais, sobem em palanques, sempre como obrigações políticas e com discursos eleitoreiros. O povo aceita a situação e continua elegendo esses políticos em virtude da falta de conhecimento e opção. A população enxerga essas atitudes como normais e inerentes aos cargos que eles estão ocupando.
O eleitor não sabe que aqui, como em outros países, as coisas são ou podem ser diferentes. Não sabe, por exemplo, que o prefeito de Nova York vai trabalhar utilizando o transporte público - metrô. Não sabe que existem cidades no mundo nas quais os vereadores não recebem salários. Eles trabalham por convicção e lutam por uma sociedade mais justa e mais ética.
E Ética – essa é a palavra chave esquecida dos manuais da política brasileira e totalmente desconhecida dos nossos políticos. O eleitor precisa tomar conhecimento dessa situação vergonhosa e cobrar dos seus representantes. Não crucificando um único político que, por pura ingenuidade ou ignorância, declarou que “tenho uma vida de príncipe, graças aos eleitores”.
Ele só falou a verdade! A quem foi mesmo que incomodou? Cadê os outros?
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sábado, 15 de outubro de 2011
Faxina neles
Texto Magda Kaufmann
magdakaufmann@hotmail.com
Salvador aderiu às demonstrações realizadas em 18 estados do Brasil e, com apoio da OAB-BA, marchou contra a corrupção no dia 12 de outubro. Aproximadamente 600 pessoas se reuniram em caminhada do Cristo até Ondina. Os sinais de descontentamento dos brasileiros com a corrupção são cada dia mais evidentes.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados resolveu, no dia 28 de setembro, arquivar o pedido de abertura do processo de investigação ao deputado Valdemar da Costa Neto do PR. O resultado da votação aberta foi de 16 votos contra e apenas 2 a favor do dossiê. O relator Fernando Francischini - PSDB-PR desabafou ao terminar a sessão dizendo – “acabamos de fazer uma pizza”.
No mesmo dia, também em Brasília, uma ONG fixou 594 vassouras verdes e amarelas em frente ao Congresso Nacional, em mais um dos inúmeros protestos contra a corrupção, protagonizados por diversos setores da sociedade organizada. O número de vassouras era representativo – 513 deputados e 81 senadores. Infelizmente as vassouras foram roubadas por ambulantes, servidores e seguranças dos prédios da Esplanada dos Ministérios.
Até em grandes eventos, como Rock in Rio, alguns artistas chegaram a discursar e pedir, sob aplausos efusivos do público, um basta à corrupção. Além disso, alguns veículos particulares foram vistos circulando pelas ruas de diversas cidades brasileiras com adesivos protestando contra essa prática abusiva.
Esses são apenas alguns dos poucos casos que chamaram a atenção e ocupam a mídia nos últimos dias. Mas, são suficientes para reforçar a indignação e explicar a demonstração de apoio popular à “faxina” da Presidente Dilma Rousseff como foi comprovado, em 30 de setembro, através dos números divulgados pela pesquisa CNI/Ibope.
O Ibope entrevistou 2.002 pessoas e, entre outros, constatou a avaliação positiva do governo de 48% para 51%. Além disso, a avaliação pessoal da presidente subiu 4 pontos, indo de 67% para 71%.
A população brasileira vem, por conseguinte, demonstrando através de diversos meios que não aguenta mais a falta de ética e o desrespeito daqueles que foram instituídos no poder, através do voto democrático, para representar e defender a essa mesma população. O povo está se sentindo traído e revoltado a cada nova notícia de desvio do dinheiro público, falcatruas, caixas dois entre tantos outros crimes e exige - basta de corrupção.
magdakaufmann@hotmail.com
Salvador aderiu às demonstrações realizadas em 18 estados do Brasil e, com apoio da OAB-BA, marchou contra a corrupção no dia 12 de outubro. Aproximadamente 600 pessoas se reuniram em caminhada do Cristo até Ondina. Os sinais de descontentamento dos brasileiros com a corrupção são cada dia mais evidentes.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados resolveu, no dia 28 de setembro, arquivar o pedido de abertura do processo de investigação ao deputado Valdemar da Costa Neto do PR. O resultado da votação aberta foi de 16 votos contra e apenas 2 a favor do dossiê. O relator Fernando Francischini - PSDB-PR desabafou ao terminar a sessão dizendo – “acabamos de fazer uma pizza”.
No mesmo dia, também em Brasília, uma ONG fixou 594 vassouras verdes e amarelas em frente ao Congresso Nacional, em mais um dos inúmeros protestos contra a corrupção, protagonizados por diversos setores da sociedade organizada. O número de vassouras era representativo – 513 deputados e 81 senadores. Infelizmente as vassouras foram roubadas por ambulantes, servidores e seguranças dos prédios da Esplanada dos Ministérios.
Até em grandes eventos, como Rock in Rio, alguns artistas chegaram a discursar e pedir, sob aplausos efusivos do público, um basta à corrupção. Além disso, alguns veículos particulares foram vistos circulando pelas ruas de diversas cidades brasileiras com adesivos protestando contra essa prática abusiva.
Esses são apenas alguns dos poucos casos que chamaram a atenção e ocupam a mídia nos últimos dias. Mas, são suficientes para reforçar a indignação e explicar a demonstração de apoio popular à “faxina” da Presidente Dilma Rousseff como foi comprovado, em 30 de setembro, através dos números divulgados pela pesquisa CNI/Ibope.
O Ibope entrevistou 2.002 pessoas e, entre outros, constatou a avaliação positiva do governo de 48% para 51%. Além disso, a avaliação pessoal da presidente subiu 4 pontos, indo de 67% para 71%.
A população brasileira vem, por conseguinte, demonstrando através de diversos meios que não aguenta mais a falta de ética e o desrespeito daqueles que foram instituídos no poder, através do voto democrático, para representar e defender a essa mesma população. O povo está se sentindo traído e revoltado a cada nova notícia de desvio do dinheiro público, falcatruas, caixas dois entre tantos outros crimes e exige - basta de corrupção.
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